sábado, 27 de novembro de 2010

Lutar ou não lutar, eis a questão.

Haveria algo mais nobre no espírito que sofrer pelas calúnias e injúrias de uma derrota ultrajante,

Ou reagir com armas jurídicas contra um mar de problemas,

E, opondo-se com vigor eliminá-las? 

Para simplesmente esquecer, ignorar, dormir, jamais!

Somente em sono ousaria dizer que isto é o fim.

O coração dói pelos milhares de confrontos naturais

Que a carne é herdeira, consumindo nossa alma de ideais,

Devotada de ser desejada. Morrer, dormir;

Dormir jamais, talvez sonhar.

Sim, aí está a grande dificuldade;

Pois no sono da morte quaisquer sonho satisfaz,

Quando tivermos vencido esta espiral mortás,

Devemos, no entanto, pensar: há de se considerar

Que a desventura advém de uma vida tão longa;

Pois quem suportaria os açoites e os insultos do tempo,

As injustiças do opressor, a masmorra do homem orgulhoso,

As dores do amor desprezado, o atraso da lei,

A insolência dos funcionários que o rejeitam e protegem a praga

Que o mérito paciente tem do indigno,

Quando ele próprio poderia silenciar

Com um punhal quem iria suportar os fardos,

Gemendo e suando sob uma vida penosa,

Mas que o medo de algo depois da morte,

O país desconhecido de cujas fronteiras

Nenhum viajante retornou, enigmas da vontade

E nos fazem suportar os males que nos assombram

Que voar para outros lugares que nos são desconhecidos?

Assim a consciência nos torna covardes de nós todos;

E assim o matiz natural de resolução

Se debilita mais com o elenco pálido do pensamento,

E se arisca as grandes conjecturas do momento

Com este propósito desviam seu curso,

E perdem o foco das ações extremistas.

Acalma-ti agora!

Ó Ophelia justa! Ninfa, em tuas orações

Que eu lembre de todos os meus pecados.

Organizar! Fortalecer! Recomeçar!

Lutar!

REF: baseado em Hamlet, KING CLAUDIUS e POLONIUS.
Versão: RobertoJTC

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